A Escola Superior de Arte de Aix en Provence e  os departamentos multi-media e arquitetura da UBI associaram-se para um workshop no âmbito da Montanha Magica* 2018, Arte e Paisagem, evento organizado pelo departamento Media Artes da Ubi em novembro 2018.

Trabalhos produzidos durante o workshop na Covilhã:

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Montanha Magica* Arte e Paisagem

http://montanhamagica.ubi.pt/
Universidade da Beira Interior (Pt): 29 outubro – 9 novembro 2018

Desde os clássicos e símbolos míticos de Olimpo ou do Parnaso, a relevância civilizacional da montanha é reconhecida, encontrando ecos em muitos povos e religiões: como horizonte, eixo, centro, tecto do mundo, lugar de passagem, fronteira e encontro, mas também abismo. A montanha personifica um conjunto de valores e metáforas que transitam entre o visível e a experiência, entre o natural e o sobrenatural. Porém, as montanhas podem ser vistas apenas enquanto tal. Montanhas que, ao longo do tempo, inúmeros artistas foram revelando, através de processos mais ou menos complexos de representação, instalação ou interação. A Covilhã, cidade pós-industrial, viu o seu tecido urbano, social e económico transformado no século passado e no início do século XXI graças a energia da montanha. Convidamos os alunos (UBI e ESAAix) a explorar, haptica e visualmente, o seu meio, a sua história, a sua geografia e a sua mineralidade, a evolução da indústria e da ruralidade, a sua sociedade inexoravelmente ligadas.

Desde o século XVIII, as fábricas têxteis, os caminhos de transumância, as ribeiras permitiram o desenvolvimento e a urbanização. Desde os anos 80 do século passado os espaços comerciais e as novas áreas residenciais, antigas áreas rurais e agrícolas, modificaram os equilíbrios da cidade antiga. As sucessivas revoluções industriais (o vapor e a mecanização, a organização do trabalho (taylorismo) e a eletricidade, seguidos recentemente pela globalização da informação digital e da comunicação) transformaram radicalmente a paisagem e as relações entre rural e urbano, as representações entre “natureza” e “artificial” nas quais se alicerçam as sociedades humanas …

La Montagne Magique

Depuis les temps mythologiques de l’Olympe au Parnasse, l’importance civilisationnelle de la montagne a été reconnue, trouvant un écho, chez de nombreux peuples et religions, comme horizon, axe, centre, point de passage, de frontière et de rencontre, mais aussi comme abîme.

La montagne incarne un ensemble de valeurs et de métaphores qui se situent entre le visible et l’expérience, entre le naturel et le surnaturel. Les montagnes peuvent aussi être vues juste comme telles.

Covilhã, ville post industrielle a vu son tissu urbain, social et économique radicalement transformé au cours du dernier siècle et au début du XXIe. Nous invitons les étudiants, (UBI et ESAAix) à explorer, visuellement et haptiquement, l’environnement, son histoire, sa géographie et sa minéralité, l’évolution de l’industrie et de la ruralité inextricablement liées.

Les friches industrielles des usines textiles, les chemins de transhumance, les cours d’eau et l’énergie hydraulique qui ont permis leur développement depuis le XVIIIe siècle, la ville elle-même et son urbanisation, les espaces commerciaux et nouvelles zones d’habitation, autrefois zones rurales et agricole, et le noyau de la vieille ville, les révolutions industrielles successives (vapeur et mécanisation, organisation du travail (taylorisme) et électricité, suivies plus récemment par la mondialisation du numérique, de l’information et de la communication) ont radicalement transformé le paysage et notre relation à la ”nature” sur laquelle la société humaine c’est fondée.

Le Projet Entre Serras en partenariat avec Montagne Magique* : Rencontre internationale  Art et territoire organisé par l’Université de Beira Interior, Covilhã, Portugal (2 octobre – 9 novembre 2018), l’ESAAIX, et les Universités de Beira Interior et du Pays Basque, ont proposé un workshop transdisiplinaire avec six étudiants de l’Esaaix et six étudiants de l’UBI autour du projet walking-the-data.esaaix.fr.

Durant le workshop du 29 oct. au 3 nov. les étudiants ont  exploré la carte et le territoire  de Covilhã, son architecture, l’urbanisme et les paysages, entre ruralité et urbanité, d’un territoire de montagnes.

Ce workshop était envisagé comme le premier acte de la création d’un Laboratoire du Paysage basé sur les observations et “expérimentations cartographiques du territoire“, sur une approche aptique autant que visuelle et sonore du paysage.

Les travaux sont pensés transversalement, entre architecture, cartographie photographie, vidéo, son et performance (en relation avec le projet Walking The Data). Ils trouvent une place sur le dispositif multimédia Plotmap. Du 7 octobre au 17 décembre, au Musée de la Laine de l’UBI et à New Hand Lab, puis du 4 Janvier au 4 Mars 2019 au Musée d’archéologie de la ville voisine de Fundão, les travaux ont été exposés et un catalogue a été publié.

  • Les intervenants : Abraham Poincheval (performance), François Parra (son), Jürgen Nefzger et Carlos Casteleira (photographie), Rita Ochoa et Sara Esteves des départements d’architecture, de design multimédia, de cinéma de l’UBI et Francisco Paiva (Media Artes).
  • Etudiants : six étudiants des départements cinéma, architecture et multimédia de l’UBI se sont joint aux six étudiants de l’ESAAix.
  • ESAAix : Zixuan HE, Priscila LIMA, Lola DUBUS, Binjee LUAN, Leslie ASTIER, Angela MAYA
  • UBI | Multimédia: Marta António, Virgínia Garbin
  • UBI | Architecture: Marisa Lopes, Pedro Fernandes, António Diogo, Luis Gonçalo
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 Intervenções

Rui Simão, Diretor Aldeias de Xisto  Sobral de São Miguel. Partida do autocarro : 9h15 segunda feira 29 de outubro – Rotunda do Rato da CovilhãAbraham Poincheval, François Parra, Carlos Casteleira, artistas e professores na ESAAix Walking the Data 30 outubro 11h30 –  Real Fabrica Veiga do Muslan.
Jürgen Nefzger, artista e professor na ESAAix Landscapes of Economy 31 novembro 11h30 – New Hand Lab

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Visitas

  • Sobral de São Miguel, Rui Simão, Diretor das Aldeias de Xisto,  partida do autocarro : 9h15 segunda feira 29 de outubro Rotunda do Rato – Covilhã
  • Museu dos Lanificios (Muslan) Rita Salvado, Diretora Adjunta do Museu 30 outubro  9h30 Encontro : Real Fábrica de Panos – Rua Marquês d’Ávila e Bolama Tel + 351 241 410
  • UBI Rita Ochoa, Sara Esteves professoras de arquitetura e design multi-media e Francisco Paiva de Media Arte 30 outubro 14h Ponto de encontro : Arco da UBI (em cima)
  • Caminhada pela Ribeira da Goldra e Bairro da Alegria Rita Ochoa, 30 outubro 16h Ponto de encontro : Tinturaria
  • Caminhada pela Ribeira da Carpinteira e New Hand Lab Francisco Afonso, 31 outubro 9h30. Ponto de encontro : cruzamento Calçada das Poldras / Eixo Teixoso – Canhoso – Tortozendo.

Conferências

Carlos Casteleira, assistente na Escola Superior de Arte de Aix en Provence – novembro 11h –  UBI 

  • O PES e a Paisagem: O Projeto Entre Serras, rede de arte contemporânea, entre agricultura e biodiversidade (PES) convida artistas a realizarem ações experimentais e documentais. A relação entre o campo e a cidade está no centro do projeto, pois é, ainda, o campo que alimenta as cidades com os seus produtos e imaginários.
  • A criação de um Laboratório da Paisagem, um cruzamento de dados e de experiências relacionais entre fotografia, cartografia, território, experiências e paisagem constitui um dos objetivos deste projeto.
  • Nos trabalhos de Micaëla Vivero, Rodrigo Braga, Erik Samakh e dos estudantes do workshop, expostos no Muslan, na New Hand Lab e mais tarde no Museu de arqueologia do Fundão as relações entre a paisagem, as energias e os matérias são contempladas.

Rodrigo Braga, artista,  16h  – 8 de novembro – UBI

Ambiente e atitude artística. O artista fará uma apresentação panorâmica dos trabalhos mais significativos de sua trajetória, com ênfase em obras que envolvem seu próprio corpo em ação no espaço, lidando com matérias naturais, alterando paisagens e situações existentes, para a construção de universos ficcionais que nascem da observação e imersão no ambiente a partir de vivências reais in loco, fazendo surgir confabulações em fotografia e vídeo.

Nascido em Manaus, Brasil, em 1976, Rodrigo Braga logo mudou-se para Recife, onde graduou-se em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Atualmente vive entre Paris e Rio de Janeiro. Expondo desde 1999, em 2012 participou da 30ª Bienal Internacional de São Paulo; um ano depois exibe a obra Tônus no Cinema do MoMA PS1 e, em 2016, realizou individual no Palais de Tokyo, Paris. Recebeu alguns dos prêmios mais importantes do Brasil, como, em 2012, o Prêmio Pipa/MAM Rio de Janeiro e, em 2013, o Prêmio MASP Talento Emergente (São Paulo). Possui obras em acervos particulares e institucionais em diversos países, como MAM São Paulo e Maison Européene de La Photographie, em Paris.

www.rodrigobraga.com.br

Jean Cristofol, Professor de filosofia da ESAAix, 11h30 – 9 de novembro UBI

Geografias do invisível. A questão que se coloca nesta conferência é a da relação entre três elementos: “dispositivos cartográficos” (modelos teóricos, sistemas tecnológicos, contextos econômico-políticos, formas de representação), a invenção de territórios e os experimentos artísticos que lhes correspondem. Em particular, trata-se de mostrar como a partilha entre o visível e o invisível é representada e como os artistas jogam com as diferenças entre esses dois termos. Deste ponto de vista, veremos que os espaços “críticos” se tornam desafios e testemunhas. é o caso da montanha, mas também do mar e do deserto. São esses “espaços” que se tornam reveladores do que esta em jogo entre o mapa e o território.

Exposição:

8 novembro > 17 de dezembro 2018

Inauguração Museu dos Lanifícios, 8 de novembro as 18h

• New Hand Lab: resultados do workshop

Zixuan HE, Priscila LIMA, Lola DUBUS, Binjee LUAN, Leslie ASTIER, Angela MAYA (ESAAix). Virgínia GARBIN, Pedro FERNANDES, António DIOGO, Luis GONÇALO (UBI)

• Museu dos Lanificios da UBI:

Micaela Vivero, Rodrigo Braga e Erik Samakh

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RODRIGO BRAGA

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Ambiente e atitude artística
O artista fará uma apresentação panorâmica dos trabalhos mais significativos de sua trajetória, com ênfase em obras que envolvem seu próprio corpo em ação no espaço, lidando com matérias naturais, alterando paisagens e situações existentes, para a construção de universos ficcionais que nascem da observação e imersão no ambiente a partir de vivências reais in loco, fazendo surgir confabulação em fotografias e vídeos.

Rodrigo Braga – Nascido em Manaus, Brasil, em 1976, logo mudou-se para Recife, onde graduou-se em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Atualmente vive entre Paris e Rio de Janeiro. Expondo desde 1999, em 2012 participou da 30ª Bienal Internacional de São Paulo; um ano depois exibe a obra Tônus no Cinema do MoMA PS1 e, em 2016, realizou individual no Palais de Tokyo, Paris. Recebeu alguns dos prémios mais importantes do Brasil, como, em 2012, o Prémio Pipa/MAM Rio de Janeiro e, em 2013, o Prémio MASP Talento Emergente (São Paulo). Rodrigo Braga é convidado pelo Projeto Entre Serras e será o próximo artista a realizar uma residência com apresentação do seu trabalho no Museu de Arqueologia do Fundão com o apoio da Câmara Municipal. Possui obras em acervos particulares e institucionais em diversos países, como MAM São Paulo e Maison Européenne de La Photographie, em Paris.www.rodrigobraga.com.br

MICAELA VIVERO

Corrente
A existência de abundantes cursos de água na Covilhã foi uma das razões fundamentais para a implantação da indústria têxtil na cidade. Durante um mês de residência artística no Museu de Lanifícios da Universidede da Beira Interior olhei para os múltiplos aspectos do uso da água. Com esta obra, intitulada precisamente Corrente, quero ressaltar a importância da água enquanto recurso fundamental no processo de criação têxtil e simultaneamente realçar a beleza e a presença no espaço do tanque de água, uma estrutura arqueológica preservada. Recorrendo à cor e a uma certa direccionalidade, pretendi potenciar o imaginário sobre a iminente presença da água.

Micaela Vivero é equatoriana. Trabalha e reside atualmente em Ohio nos Estados Unidos, sendo professora na Universidade de Denison. O seu trabalho artístico tem sido exposto em grupo e individualmente no Equador, Colômbia Brasil, Estados Unidos da América, Espanha, Irlanda, Finlândia, Áustria, Suíça, Bulgária, Arménia e Portugal. Realizou em Abril de 2018 uma residência artística no Museu de Lanifcios da Universidade da Beira Interior numa parceria com o Projecto Entre Serras.

ERIK SAMAKH

ES

Instalação Pirilampos

Erik Samakh é um artista plástico que trabalha com novas tecnologias e elementos naturais frequentemente sonoros e luminosos, estabelecendo um diálogo constante entre o homem e a natureza, onde o espaço se torna um lugar de escuta. Professor das Escolas Nacionais Superiores de Arte, em França, desde 1989. Muitos dos seus trabalhos foram realizados em espaços naturais como parques nacionais ou regionais ou reservas geológicas (Réserve géologique de Digne les Bains, 1° Géopark da UNESCO, Parque Nacional de Tijuca no Rio de Janeiro, Centre international d’art et du paysage de Vassivière, Parque National de Jirisan na Coreia do Sul e outros locais). Em 2017, a intervenção de Erik Samakh nas serras envolvidas no Projeto Entre Serras (Açor, Estrela, Gardunha, Malcata/Mesas), consistiu na instalação de luzes em lugares emblemáticos que, no seu conjunto, simbolizam a Rota da Arte contemporânea. As pequenas luzes LED, alimentadas por energia solar, foram concebidas por Erik Samakh para imitar o pulsar de pirilampos durante a noite, criando lugares poéticos e proporcionando aos turistas e visitantes uma experiência de integração com o meio envolvente. Os pirilampos são visíveis ao cair da noite. Protocolos de visitas e de sensibilização à arte contemporânea foram e vão ser acionados com a colaboração de grupos de caminheiros, escolas e outras entidades ligadas a natureza e ao turismo. Passo a passo, vai-se revelando a rota: pioneiras, as pequenas luzes iluminam o espaço, deixando indícios e rastos, memórias de futuros reencontros com os homens que constroem as paisagens. http://www.documentsdartistes.org/artistes/samakh/repro.html

A Escola Superior de Arte de Aix en Provence em parceria com Montanha  Magica* | Encontro Internacional sobre arte e território (2 de outubro a 9 de novembro 2018) das Universidades da Beira Interior e do País Basco, realizou uma oficina interdisciplinar com estudantes da ESAAix e da UBI.

De 29 de outubro a 3 de novembro, os estudantes da UBI e da ESAAix com artistas e professores (Abraham Poincheval, performance, Jürgen Nefzger e Carlos Casteleira, fotografia, François Parra, som, Rita Ochoa, arquitetura, Sara Velez Estevão,  design-multimédia e Francisco Paiva, Media Arte, exploraram a paisagem de montanha, os mapas e o território da Covilhã, sua arquitetura, urbanismo e paisagens.

Os resultados deste workshop interdisciplinar (arquitetura, fotografia, vídeo, som, desenho, performance, multi-media, mapeamento) foram apresentados na New Hand Lab dia 3 de novembro 2018 as 20 h e integraram a exposição do Projeto Entre Serras de 8 de outubro a 17 dezembro no Museu de Lanifícios da Universidade.

  • Professores | artistas : Abraham Poincheval (performance), François Parra (Walking the Data e som), Jürgen Nefzger e Carlos Casteleira (fotografia) da ESAAix e Rita Ochoa, Sara Esteves professoras dos departamentos de arquitetura, design multimédia e Francisco Paiva (Media Arte) da UBI.
  • UBI: estudantes de arquitetura (Pedro Fernandes, António Diogo, Luis Gonçalo) e multi-media (Virgínia Garbin).
  • ESAAix: Zixuan HE, Priscila LIMA, Lola DUBUS, Binjee LUAN, Leslie ASTIER, Angela MAYA

Catalogo Download (pdf)

As ações do Projeto Entre Serras são promovidas pela Agencia de Desenvolvimento iNature – Destinature, com parceria dos Municípios do Sabugal e do Fundão, das Aldeias de Xisto, das Aldeias de Montanha e do Consórcio dos Territórios do Côa..

Financiamento: UBI, programa ERASMUS e ESAAix

Apoio: Muslan e New Hand Lab.