Residência Sabugal Agosto 2020

Exposição em julho 2021 no Museu do Sabugal

Duarte Belo

(Lisboa, 1968). Formação em arquitetura (1991).

Desde 1986 que trabalha no levantamento fotográfico sistemático da paisagem, formas de povoamento e arquiteturas em Portugal. Este trabalho continuado sobre o território deu origem a um arquivo fotográfico de mais de 1.750.000 fotografias. Publicou vários livros sobre o tempo e a forma do território português, de que se destacam: Portugal — O Sabor da Terra (1997-1998) e Portugal Património (2007-2008). De outros projetos editados em livro poderíamos referir O Vento Sobre a Terra (2002); Território em Espera (2005); Fogo Frio (2008); Portugal Luz e Sombra (2012); A Linha do Tua; (2013); Magna Terra (2018) ou Caminhar Oblíquo (2020). Tem trabalhado sobre nomes relevantes da cultura portuguesa, como Mário de Cesariny, Ruy Belo, Maria Gabriela Llansol, Alberto Carneiro, Miguel Torga ou Sophia de Mello Breyner. Lecionou áreas relacionadas com a fotografia e a arquitetura. Expõe desde 1987 e participa regularmente em conferências e mesas redondas em temas relacionados com paisagem, arquitetura, Portugal e fotografia, nomeadamente metodologias de registo e arquivo de imagem. É editor do blog Cidade Infinita.

Sabugal – Agosto 2020

Quando percorremos as cotas elevadas da serra das Mesas e os seus horizontes abertos, ou caminhamos na galeria ripícola do vale do Côa, tão próxima daquela montanha, imediatamente percebemos que estamos perante paisagens de luz e de sombra, profundamente diferenciadas entre si. O povoamento humano apresenta, em terras do Sabugal, uma grande diversidade, desde os sítios arqueológicos, as vilas medievais, às aldeias de carácter genuinamente rural. São paisagens muito estimulantes para o desenvolvimento de um trabalho em fotografia. Numa geomorfologia também ela muito singular, sente-se a densidade histórica dos espaços, a espessura da memória de séculos de sucessivas gerações de povoadores, de uma luta sem tréguas pela fixação de comunidades humanas. Hoje, perante os paradoxos e as contradições que estabelecemos com a terra e com a natureza, nestas paisagens raianas descodificamos a importância da dimensão temporal que define a linha do nosso próprio habitar o planeta Terra.

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