• Erik Samakh 

Pirilampos
Erik Samakh é um artista plástico que trabalha com novas tecnologias e elementos naturais, frequentemente sonoros e luminosos, estabelecendo um diálogo constante entre o homem e a natureza, onde o espaço se torna um lugar de escuta. Professor das Escolas Nacionais Superiores de Arte, em França, desde 1989. Muitos dos seus trabalhos foram realizados em espaços naturais como parques nacionais ou regionais ou reservas geológicas (Réserve géologique de Digne les Bains, 1° Géopark da UNESCO, Parque Nacional de Tijuca no Rio de Janeiro, Centre international d’art et du paysage de Vassivière, Parque National de Jirisan na Coreia do Sul e outros locais). A intervenção de Erik Samakh nas serras envolvidas nesta primeira fase (Açor, Estrela, Gardunha, Malcata/Mesas), consistiu na instalação de luzes em lugares emblemáticos que pudessem, no seu conjunto, simbolizar a Rota. Como ponto extra surge o Pirilampo da Escola Profissional Agrícola da Lageosa. Este ponto assinala o desejo de futuras ações como workshops a realizar em parceria com o programa pedagógico da escola. Estas pequenas luzes LED, alimentadas por energia solar, foram concebidas por Erik Samakh para imitar o pulsar de pirilampos durante a noite, criando lugares poéticos e proporcionando aos turistas e visitantes uma experiência de integração com o meio envolvente. A obra inclui uma narrativa criada pelo próprio artista.
Os pirilampos são visíveis ao cair da noite. Protocolos de visitas e de sensibilização à arte contemporânea serão acionados com a colaboração de grupos de caminheiros, escolas e outras entidades ligadas a natureza e ao turismo. Passo a passo, vai-se revelando a rota: pioneiras, as pequenas luzes iluminam o PES. Um pontilhado luminoso, indício e rasto, memórias de futuros reencontros com os homens que constroem as paisagens.
A intervenção do artista foi acompanhada por uma assistência técnica local. As várias fases da obra ficaram registada em fotografia e vídeo. São estes registos, realizados por Carlos Casteleira, que foram exibidos numa cenografia expositiva no Espaço Pontes, no Fundão e posteriormente no Museu do Sabugal. As obras fotográficas de outros artistas convidados serão articuladas em exposições futuras com a temática da interação dos humanos com os espaços de montanha.
LINKS:
http://www.musee-rodin.fr/fr/exposition/exposition/erik-samakh
http://www.dailymotion.com/video/xzz2r7
http://www.documentsdartistes.org/artistes/samakh/repro.html
https://walking-the-data.esaaix.fr/
https://museudapaisagem.pt/
  • Rodrigo Braga,

Comunhão I, II e III
Nascido em Manaus em 1976, logo mudou-se para Recife, onde se graduou em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Atualmente vive entre Arles, Paris e Rio de Janeiro. Expõe com regularidade desde 1999 e em 2012 participou da 30ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 2009 recebe o Prêmio Marcantonio Vilaça – Funarte/MinC; em 2010 o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, em 2012 o Prêmio Pipa/MAM-RJ Voto Popular e em 2013 o Prêmio MASP Talento Emergente. Possui obras em acervos particulares e institucionais no Brasil e no exterior, como MAM-SP, MAM-RJ e Maison Européenne de La Photographie – Paris. Com sua participação na 30ª Bienal de São Paulo em 2012, numa sala especial, Rodrigo Braga consolida-se como uma referência dentro do panorama da arte contemporânea brasileira por sua radical interrogação das dimensões animal e natural da existência humana. Por meio da inscrição do próprio corpo na paisagem ou em associação com elementos naturais em ações que realiza mediado pela fotografia ou pelo vídeo, Rodrigo traz discussões estéticas e políticas valiosas em nosso tempo como a perda da centralidade da condição humana e o reconhecimento da sua dimensão animal, ainda que enquanto ser social e cultural. Na série Comunhão, de 2006 três fotos são destiladas, brandas e pouco decorativas, mas isso também as torna ainda mais expressivas. Em toda a sua simplicidade enganadora, há um tríptico dinâmico e universal, devotado ao ciclo da vida, em que o artista apieda-se do bode e afunda no chão com ele. Um pertinente diálogo entre a vida e a morte é assim travado, e a atitude de aproximar esses dois momentos da existência através de sua simultânea personificação e contato traduz o interesse do artista em lidar com temas existenciais inerentes a todos os seres,
sobretudo os humanos.
Clarissa Diniz,
Mastigação e empoderamento
www.rodrigobraga.com.br/
  • Thierry Boutonnier

arte e agricultura
A
O artista Thierry Boutonnier colabora com a COAL (Coligação para a arte e o desenvolvimento sustentável – http://www.projetcoal.org/coal/). Nascido em 1980, Thierry Boutonnier vive em Lyon, França. O seu trabalho reflete a questão da domesticação. Artista ativo e reativo, Thierry Boutonnier encara o ato artístico com as exigências da informação, da realização e produção, da identificação de objetivos e da investigação, da concentração de meios na gestão de um projeto. Assumindo-se não especialista, polivalente e pluridisciplinar, utiliza todos os meios à sua disposição: performance, vídeo, escultura, imagens, fotografias e publicações. Thierry Boutonnier realizou diversos trabalhos ligados com os ecossistemas: Lausanne Jardin (2009), «Naturel Brut» (2010) ou Polyculture (2011). Projeção de um pomar artístico implicado com o agro-sistema. Durante uma residência artística com a associação cultural D’Orfeu, de Águeda, tive a oportunidade de sentir o perfume inesquecível das cerejeiras do Fundão. Com habitantes locais curiosos e gourmets, descobri uma festa de sabores em torno de cerejas banhadas de luz. No âmbito do PES, proponho uma obra que destile a essência saborosa das terras, articulando-a com a problemática ambiental, a extinção acelerada de espécies e a desregulação climática. Mantendo uma continuidade histórica e a ligação dos habitantes ao seu território através da arboricultura, será fundamental refletir sobre a complexidade do agro-sistema e sobre as variedades de cerejas, para conceber uma obra viva, evolutiva e perene, baseada na especificidade do território e na necessidade de iniciar um círculo virtuoso. A Região de Lyon ama a cereja: o viveirista Armand Jaboulay criou a saborosa cereja Bigarreau. Em Oullins sur Rhône, Léonard Burlat, outro horticultor, obtinha em 1915 o primeiro núcleo de Burlat. Estes artistas do vivo inspiram-nos. Assim investigo a variedade de cerejas cultivadas (Rainier, Santina, Bing, Cristalina, E. Burlat, Celeste, Sweetheart, Tulare, Ruby, Lapins, Van, Newstar…), os respetivos polinizadores, os seus viveiristas e toda a fileira de reprodução e diferenciação das fruteiras. A obra que proponho estará ligada ao ciclo da árvore e ao seu desenvolvimento. Os trabalhos iniciar-se-ão prestando atenção as práticas agrícolas locais e incluirão acções com os participantes do workshop, na perspetiva de se criar uma forma viva, evolutiva e colaborativa.
http://www.domestication.eu/
  • Sofia Aguiar e Tomás Colaço com Beth da Matta

Como cresce a planta que vai fazer a farinha com que se fará o pão que dará as tostas que se comem no dia….
Cantina, cozinha vegana, estúdios de trabalho, ateliers, estúdios de gravação de imagem, gráficos têxtil, residências, bicicletas, aluguer de espaços para ficar, para trabalhar, eventos, cozinha para fora, jardim, estacionamento, exposições, apresentação de vídeos de artista, livros, escrita, troca e venda de objectos, guarda roupa, wifi gratuito, café, cantina exterior e interior, escola, cabras residentes, acontecimentos, cursos (…) eis o Grilo, um colectivo de artistas e um lugar que tenta conservar-se aberto a propostas e desafios. Também o estúdio de trabalho de Sofia Aguiar e Tomás Colaço aberto ao público e partilhado.
Inauguração – Performances e vinho de honra, dia 11 de novembro 2017 com produtos genuínos da agricultura tradicional e regional das beiras numa relação artística com os produtores e os parceiros do PES (Sabugal e Fundão).
Sofia AGUIAR e Tomás COLAÇO, são dois artistas pintores mas não so. De vez em quando estão em Tânger, já viveram em Paris e no Rio de Janeiro. Criaram o Grilo em Xabregas – Lisboa para desenvolver os seus trabalho e residências artísticas.
Quando se mudaram para là fizeram algumas mudanças para tornar o espaço mais claro e luminoso e transformaram no em atelier. Mas o espaço torna – se emblemático da sua obra, acaba por ser a obra mestre e incarnar os seus processos de trabalho.
Tudo é muito barroco e nos conta historias de outros tempos e espaços onde se alicerçam o hoje e o amanhã mesmo que num ponto final de um sem fim.
Em Alvaro na Beira Baixa, recolheram imensos materiais depois dos incêndios de 2017 e, numa relação muito próxima com a população, construíram a cenografia da inauguração como fazendo parte integral da exposição inaugural do PES, como o tinham feito na inauguração da Bienal de Veneza em 2011. A convivência com os habitantes do Fundão e da Barroca do Zezêre, por exemplo o padeiro e a escola de hotelaria, puxaram nos a usar os produtos locais e agrícolas, valorizando os, jurepiga, vinho e pão caseiro, pasta de azeitona e legumes… tudo numa composição e ambiente de homenagem as pessoas que acabavam de sofrer os incêndios na sua pele. Os utensílios e garrafas de vidros fundidos ou quebrados pelo fogo foram assim usadas numa estética que fazia todo sentido, ligando o drama à esperança e à resiliência de um renascer certo mas sempre adiado.
www.artslant.com/global/artists/show/257641-sofia-aguiar
www.tomcola.blogspot.com
 
BETH DA MATTA – Recife, 1964. Artista Visual, Gastrônoma e Gestora Pública. Diretora do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – MAMAM, desde 2009, estabeleceu parcerias e articulações com Instituições diversas. Também dirigiu o Museu Murillo La Greca (Fundação de Cultura do Recife) ente 2005 e 2009. Como artista, tem uma poética voltada para a relação arte contemporânea e gastronomia, atualmente desenvolvendo o Projeto Cartografia Afetiva- uma investigação acerca da herança cultural e alimentar de Portugal em Pernambuco. Suas principais Exposições foram: Ações Contemporâneas – MAMAM (Coletiva, 2003); Mostra Individual na Capela do Morumbi (2004); Verbo – Galeria Vermelho (Artista convidada, 2006); Salão da Paraíba (2007); Paralela Bienal de Havana (Artista convidada); Proyeto Circus (2008); Salão da Bahia (2008); Salão de Abril (Ceará, 2009); Individual na Galeria de arte – SESC (2011); Performance “ O banquete”, Festival de Inverno de Garanhuns (PE). Fevereiro de 2013, Performance Cozinha PopUp- Casa da Ribeira – Natal – RN. Convidada Festival de Performances Per-Forma, Secs Bom Retiro, 2016, SP. Produziu textos para diversas Exposições, tais quais: Ver-de-vir, do artista Márcio Almeida; Mensagens Sonoras, de Paulo Meira; Art From Pernambuco, Exposição Coletiva realizada em Londres; Diálogos Brasil e cuba – Bruxelas. Foi Curadora Adjunta, nas Exposições Território Recombinantes (Recife, 2010) e no Festival Internacional de Performances (Rio de Janeiro ,2010). Idealizou e coordenou os seguintes projetos: Amplificadores e Jovem Crítica (2005-2009); Cardápio (2006-2007) e Ocupação e Lado B – Arrudeia (2007). Participou da comissão de seleção de Mostras Internacionais – MINC|Fundação Bienal – 2009; Pinacoteca UFAL – Maceió – AL – 2009; Projeto Amplificadores/ Museu Murillo La Greca – 2009/2010; Centro de Formação em Artes Visuais – CEFAV – 2010/2011; Semana de Artes Visuais – SPA – 2010; Sala Nordeste – MinC Edital Funarte – 2012. Festival de Inverno – FUNDARPE – 2015. Participou de diversas rodas de diálogos, Seminário Museus Seminário Participação do Seminário Triangulações em Verbo, Salvador – 2016, o lançamento do Livro FOTOGRAFIA discussões e discursos no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Recife, 2015), onde publicou um texto; Participação na roda de diálogos do lançamento do Livro contidonãocontido (Recife, 2015), onde também publicou um texto de apresentação. Textos: Márcio Almeida Ver-di-vir/ Paulo Meira Mensagens Sonoras; From Pernambuco Exposição Coletiva – Londres e Diálogos Brasil e cuba – Bruxelas.
 

CATALOGO EXPOSIÇÃO PES 2017